Introdução ao Catálogo

A obra musical de Luiz Costa abrange peças para piano, incluindo uma composição para dois pianos, obras para uma ou várias vozes, na sua maioria com acompanhamento de piano, música de câmara, obras orquestrais ( algumas das quais arranjos de composições de outra categoria) e uma para banda. Escolheu-se esta ordem para a catalogação, conforme a quantidade de obras em cada classe. O último grupo dos manuscritos é formado por arranjos de obras de outros compositores.
A seguir à parte principal do catálogo, com os manuscritos, segue-se uma lista de edições impressas, das quais, na maior parte dos casos, um ou vários exemplares fazem igualmente parte do espólio.

Dentro das classes, as obras são ordenadas pela seguinte ordem: primeiro as composições com número de opus, segundo, em ordem cronológica, aquelas que não têm número de opus, mas possuem data de composição, e por fim as sem data. Fiz uma excepção à ordem geral, quando coloquei em primeiro lugar uma obra sem número de opus nem data, com uma afinidade temática ou um título igual ao de uma outra, para que aquela se siga imediatamente a esta.

As obras listadas são numeradas de modo a que cada peça com uma "história" própria seja tratada como independente, mesmo que pertença a um ciclo. A seguir ao número surgem as seguintes informações, conforme a sua disponibilidade:

· Título definitivo; número de opus
· Subtítulo, indicação de tempo no início da composição e/ ou componentes da composição
· Ano da composição, como indicado no manuscrito; caso não esteja indicado mas seja conhecido por outra fonte, apresenta-se entre parênteses rectos
· Autor do texto (obras vocais)
· Dedicatória
· Tonalidade e compasso no início da obra ou dos seus componentes
· Duração
· Primeira audição
· Copyright, editora, lugar, data da edição ( caso seja diferente da do copyright)

Seguem-se as diferentes "versões" da composição, ou seja, todos os manuscritos dela encontrados, mostrando nalguns casos o processo de trabalho desde os primeiros apontamentos até à versão definitiva. Várias destas "versões" estão incompletas; provavelmente, o autor não tencionava guardar os primeiros esboços das obras e deitou muitos deles fora, às vezes não tendo abrangido todas as páginas. Alguns documentos foram destruídos por irtsectos ou ratos. As versões são guarnecidas no catálogo com letras. Letras maiúsculas - A), B) ou C) - designam os manuscritos que juntam peças em ciclos. Cada versão contém as seguintes informações:

· Título ( como está no manuscrito) Instrumento(s) / voz(es) referidos, caso não sejam já indicados pela divisão do catálogo por géneros ou pelo título da obra
· Subtítulo, indicação de tempo no início da composição e/ ou componentes
· Local e data, como indicados no manuscrito
· Partitura ou partes
· Espécie de documento e material utilizado (p. ex.: esboço a lápis)
· Formato e marca impressa no papel; número de pautas por página
· Encadernação / junção / separação das folhas (p. ex. fólios/ bifólios, cosidos/ colados/ intercalados)
· Numeração de folhas e/ ou páginas (p. ex.: [ 1] f.; 54 ps.; [ 1] f., significa: 1 folha não paginada; 54 páginas paginadas; 1 folha não paginada); o número das páginas refere-se às páginas escritas
· Intervenções - pelo autor, caso não esteja indicada outra pessoa - (emendas, cancelamentos, adições) e material utilizado, caso difira do da escrita principal
· Descrição do rosto ou da capa do exemplar
· Anotações/ anexos (pelo autor ou por outra pessoa)
· Observações

Título definitivo
Em geral, os títulos indicados no catálogo, que se seguem aos números atribuídos às obras, correspondem aos títulos dados pelo compositor às últimas versões ou às versões definitivas. Em alguns casos, porém, principalmente na Música de Câmara, esta regra foi ligeiramente infringida para obter uniformidade (por exemplo, para os três Quartetos de cordas ficarem todos com o mesmo título).

Números de opus
Em vários casos o número de opus parece ter sido acrescentado posteriormente, talvez muitos anos depois da conclusão das composições. É difícil determinar quais números foram escritos por Luiz Costa e quais por outra pessoa, p. ex., por Leonilda Moreira de Sá e Costa, como refere João Pedro Mendes dos Santos numa anotação relativa à Tocata para piano3. Pode-se supor, porém, que a atribuição de números de opus a uma parte das obras ( e a não-numeração das restantes) foi feita segundo certos critérios e, naturalmente, foi respeitada neste catálogo.

Dedicatória
Indicada conforme a última versão da obra.

Duração
A indicação da duração de uma peça surge entre parênteses nos casos em que foi registada nos manuscritos por mão alheia ou em que a informação foi retirada de uma gravação. A referência sem parênteses significa que, eventualmente, foi anotada pelo próprio compositor.

Primeira audição
Estas datas foram, na sua maioria, retiradas das fichas de João Pedro Mendes dos Santos, que as tinha encontrado nos programas de concertos existentes no espólio ou, nalguns casos, soube delas por Helena Moreira de Sá e Costa.

Espécie de documento
Não foi possível decidir com certeza absoluta se em todos os manuscritos se tratava de um autógrafo ou não. Em várias cópias, os títulos, as claves e a armação de clave foram evidentemente escritos por outra pessoa, enquanto as notas são da mão do compositor. Nestes casos, a indicação no catálogo é "autógrafo". Uma ajuda neste assunto é o facto de Luiz Costa ter colocado quase sempre no lado direito das cabeças as hastes das notas, que vão para baixo. Em alguns esboços, porém, as hastes dessas notas encontram-se no lado esquerdo das cabeças, de modo que também aquela observação não pode tirar todas as dúvidas.

Anotações
Nesta rúbrica surgem indicações relacionadas com a execução, apontamentos para modificações pretendidas e outros acrescentos pelo compositor ou por outra pessoa.

Observações
Além de observações relativas a arranjos ou edições existentes, encontram- se aqui explicações das anotações mencionadas (rúbrica anterior), sempre que parecem ser necessárias, particularidades do papel do respectivo manuscrito, observações sobre diferenças entre ou semelhanças com as versões da composição, uma tonalidade diferente da da versão definitiva, etc.

 

Todas as indicações em parênteses rectos, à excepção das acima mencionadas (que se referem ao ano da composição ou à paginação), são anotações ou complementos da autora deste catálogo.

 

3Lê-se em data de 10/09/1986: "Na numeração das obras de L.C. feita pela Srª D. Leonilda, figura com o op 23". (A razão desta anotação é que o número foi afinal atribuído à Sonatina para Flauta e Piano.)